Max Ângelo dos Santos, de 36 anos, é um entregador de aplicativos que trabalha há um ano e meio na zona sul do Rio de Janeiro. No último domingo, dia 9 de abril, Max foi agredido por uma mulher enquanto fazia uma entrega. A agressora é a ex-atleta de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá, que agora é investigada pela 15ª DP (Gávea) por agressão.
Imagem chocante!
A ex-atleta de vôlei Sandra foi flagrada agredindo um entregador com a guia de uma coleira de cachorro em São Conrado, no Rio. pic.twitter.com/a9J5qKWNYu
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) April 11, 2023
Segundo Max, as agressões começaram porque Sandra não gostou de ver os entregadores na calçada. Ela teria mandado Max e os outros entregadores “voltarem para a favela” e os xingado de “lixo”. Imagens mostram Sandra puxando a camisa e dando socos no entregador, além de chicotear suas costas com a guia do cachorro. Max não revidou as agressões, mas decidiu publicar as imagens após uma noite inteira sem dormir.
Ele também citou o fato de que se tivesse revidado as agressões, estaria preso:
Eu fui muito humilhado. Quis me afastar e não quis revidar, mas se eu boto a mão nela, hoje eu estaria em [um presídio de] Bangu, porque ela iria alegar que eu a agredi. Não quero que aconteça com outra pessoa, quero justiça.
Max é um pai de família, casado e com três filhos. Ele pedala de bicicleta para fazer as entregas, já que não tem moto, e conta que trabalha no mínimo 12 horas por dia, podendo chegar a 16 ou 18 horas. O entregador diz que, no auge da pandemia, era possível faturar um bom valor em 5 ou 6 horas de trabalho. Mas mesmo assim, o trabalho é cansativo e muitas vezes envolve viagens longas para bairros mais distantes.
Max decidiu publicar as imagens das agressões para denunciar o racismo e a violência no trabalho dos entregadores de aplicativos. Ele conta que não quer nenhum acordo judicial, mas que Sandra pague integralmente pelos crimes sob investigação. O entregador espera que sua denúncia possa ajudar a diminuir o racismo e a violência no trabalho dos entregadores de aplicativos.
O caso de Max não é isolado. Entregadores de aplicativos enfrentam diariamente o risco de violência e racismo em seu trabalho. Além disso, muitos deles são submetidos a condições precárias de trabalho, como baixos salários, falta de benefícios e jornadas exaustivas. É preciso que a sociedade e as autoridades estejam atentas a essa realidade e trabalhem para garantir a segurança e os direitos dos entregadores de aplicativos.