"Se tivesse revidado, estaria em Bangu", diz entregador que levou chicotadas de mulher 7

“Se tivesse revidado, estaria em Bangu”, diz entregador que levou chicotadas de mulher

Max Ângelo dos Santos, de 36 anos, é um entregador de aplicativos que trabalha há um ano e meio na zona sul do Rio de Janeiro. No último domingo, dia 9 de abril, Max foi agredido por uma mulher enquanto fazia uma entrega. A agressora é a ex-atleta de vôlei e nutricionista Sandra Mathias Correia de Sá, que agora é investigada pela 15ª DP (Gávea) por agressão.

Segundo Max, as agressões começaram porque Sandra não gostou de ver os entregadores na calçada. Ela teria mandado Max e os outros entregadores “voltarem para a favela” e os xingado de “lixo”. Imagens mostram Sandra puxando a camisa e dando socos no entregador, além de chicotear suas costas com a guia do cachorro. Max não revidou as agressões, mas decidiu publicar as imagens após uma noite inteira sem dormir.

Ele também citou o fato de que se tivesse revidado as agressões, estaria preso:

Eu fui muito humilhado. Quis me afastar e não quis revidar, mas se eu boto a mão nela, hoje eu estaria em [um presídio de] Bangu, porque ela iria alegar que eu a agredi. Não quero que aconteça com outra pessoa, quero justiça.

Max é um pai de família, casado e com três filhos. Ele pedala de bicicleta para fazer as entregas, já que não tem moto, e conta que trabalha no mínimo 12 horas por dia, podendo chegar a 16 ou 18 horas. O entregador diz que, no auge da pandemia, era possível faturar um bom valor em 5 ou 6 horas de trabalho. Mas mesmo assim, o trabalho é cansativo e muitas vezes envolve viagens longas para bairros mais distantes.

Max decidiu publicar as imagens das agressões para denunciar o racismo e a violência no trabalho dos entregadores de aplicativos. Ele conta que não quer nenhum acordo judicial, mas que Sandra pague integralmente pelos crimes sob investigação. O entregador espera que sua denúncia possa ajudar a diminuir o racismo e a violência no trabalho dos entregadores de aplicativos.

O caso de Max não é isolado. Entregadores de aplicativos enfrentam diariamente o risco de violência e racismo em seu trabalho. Além disso, muitos deles são submetidos a condições precárias de trabalho, como baixos salários, falta de benefícios e jornadas exaustivas. É preciso que a sociedade e as autoridades estejam atentas a essa realidade e trabalhem para garantir a segurança e os direitos dos entregadores de aplicativos.

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