Pesquisa britânica descobre gene da ansiedade e como desativá-lo, abrindo caminho para novos remédios 9

Pesquisa britânica descobre gene da ansiedade e como desativá-lo, abrindo caminho para novos remédios

Um estudo conduzido por pesquisadores das universidades britânicas de Bristol e Exeter revelou importantes descobertas sobre a ansiedade e sua relação com os genes.

A pesquisa, publicada na revista científica Nature Communications, identificou um gene específico relacionado à ansiedade e revelou um mecanismo de ação que pode ser explorado para o desenvolvimento de remédios mais eficazes.

A ansiedade afeta cerca de um quarto das pessoas em algum momento de suas vidas, muitas vezes acompanhada de ataques de pânico e transtorno de estresse pós-traumático.

No entanto, os tratamentos atualmente disponíveis têm eficácia limitada, com mais da metade dos pacientes incapazes de se livrar dos sintomas.

Os pesquisadores concentraram seu estudo na amígdala cerebral, uma região do cérebro responsável pelo controle de reações emocionais, como a ansiedade.

Eles descobriram que traumas psicológicos intensos e prolongados podem causar alterações genéticas, bioquímicas e morfológicas nos neurônios da amígdala.

A pesquisa utilizou ratos de laboratório, submetendo-os a seis horas de estresse intenso. Em seguida, as amígdalas cerebrais dos animais foram analisadas.

Os cientistas descobriram que cinco microRNAs, moléculas envolvidas na ativação de genes e sua conversão em proteínas, estavam presentes em concentrações mais altas do que o normal nos animais estressados. Esses mesmos microRNAs também foram encontrados no cérebro humano.

Dentre os microRNAs analisados, o miR-483-5p foi o que se mostrou em maior quantidade nas amígdalas dos ratos. Após uma série de testes, os pesquisadores constataram que esse microRNA estava relacionado a um gene específico da ansiedade, chamado Pgap2.

Foi observado que quando os níveis de miR-483-5p estavam elevados, a expressão do gene Pgap2 era inibida, resultando em níveis reduzidos de ansiedade. O estudo sugere que o miR-483-5p atua como um “freio molecular”, diminuindo a atividade da amígdala associada à ansiedade.

Valentina Mosiensko, professora da Universidade de Bristol e uma das autoras do estudo, ressalta que o estresse pode desencadear o surgimento de diversas condições neuropsiquiátricas, influenciadas pela combinação de fatores genéticos e ambientais.

Ela destaca que os microRNAs têm potencial para controlar condições complexas, como a ansiedade, mas seus mecanismos de ação ainda são pouco conhecidos.

A via miR-483-5p/Pgap2 descoberta nessa pesquisa oferece um enorme potencial para o desenvolvimento de terapias mais eficazes no tratamento da ansiedade e de condições psiquiátricas complexas em humanos.

As descobertas representam um avanço significativo no entendimento dos mecanismos genéticos da ansiedade e podem abrir

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