Mulher é demitida após empresa monitorar teclado e perceber baixa atividade 7

Mulher é demitida após empresa monitorar teclado e perceber baixa atividade

No mundo moderno, o trabalho remoto tem se tornado uma realidade cada vez mais comum, proporcionando flexibilidade e conveniência para muitos profissionais. Porém, essa nova forma de trabalho também levanta questões sobre o monitoramento da produtividade e desempenho dos funcionários. Um caso recente na Austrália trouxe à tona discussões sobre até que ponto as empresas podem monitorar as atividades de seus colaboradores remotos. A australiana Suzie Cheikho foi demitida da Insurance Australia Group (IAG) após a empresa rastrear a quantidade de teclas que ela pressionava durante o horário de expediente. Esse incidente levanta importantes reflexões sobre privacidade, produtividade e os desafios do trabalho em home office.

O Caso:

Suzie Cheikho, uma consultora australiana com 18 anos de experiência na Insurance Australia Group (IAG), foi demitida em fevereiro deste ano depois que a empresa monitorou sua atividade digital enquanto ela trabalhava remotamente. A IAG alegou que Suzie havia perdido prazos e reuniões importantes, o que levou a empresa a começar a monitorar suas atividades digitais a partir de novembro do ano anterior. A empresa utilizou a métrica incomum de quantas teclas Suzie pressionava por dia para avaliar sua produtividade.

Monitoramento Detalhado:

Entre outubro e dezembro, a IAG monitorou a quantidade de teclas que Suzie pressionava diariamente durante seu expediente remoto. Os resultados revelaram que houve dias em que ela não teria trabalhado em nenhuma hora durante quatro dias. Além disso, ela não cumpriu as horas combinadas em 44 dias, frequentemente começou suas atividades com atraso em 47 ocasiões e saiu mais cedo em 29 expedientes.

A empresa alegou que havia uma “baixa atividade de teclas pressionadas” nos dias em que Suzie estava conectada, com uma média de apenas 54 teclas pressionadas por hora, o que, segundo a IAG, indicava um baixo nível de trabalho efetivo.

Defesa e Recurso:

Após ser demitida, Suzie Cheikho recorreu à Fair Work Commission (FWC), a Comissão de Trabalho Justo, alegando que não acreditava na veracidade dos dados apresentados pela empresa. Ela afirmou que, embora houvesse momentos de carga de trabalho mais leve, ela nunca deixou de trabalhar completamente. Suzie admitiu que poderia fazer pausas para atividades pessoais, como ir às compras, mas enfatizou que essas pausas não ocupavam o dia todo.

Suzie também citou problemas de saúde mental que afetaram seu desempenho no trabalho, alegando que situações pessoais contribuíram para uma queda em sua produtividade.

Decisão da Fair Work Commission:

Apesar da apelação de Suzie, a FWC negou sua defesa e considerou a demissão justificada. A comissão alegou que Suzie não apresentou provas suficientes de que estava online e trabalhando, o que contradiria os relatórios de baixa produtividade apresentados pela empresa.

Considerações Finais:

O caso de Suzie Cheikho levanta importantes questionamentos sobre os limites do monitoramento de funcionários em um ambiente de trabalho remoto. Embora a empresa tenha utilizado métricas digitais para avaliar sua produtividade, a questão da privacidade e da confiabilidade desses dados merece reflexão. Além disso, a história de Suzie destaca a necessidade de compreender as complexidades do trabalho em home office, incluindo os desafios emocionais e de saúde mental que podem impactar o desempenho dos colaboradores. O caso serve como um lembrete de que a gestão de equipes remotas exige uma abordagem sensível, equilibrando a produtividade com o bem-estar dos funcionários.

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