CRÍTICA: Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano 9

CRÍTICA: Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano

CRÍTICA: Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano

PRISCILLA (ex-Alcântara) está finalmente de volta com seu segundo álbum de estúdio (como cantora pop), intitulado pelo seu nome artístico. Longe da igreja, essa é a aposta definitiva da cantora para alavancar a sua carreira como diva pop e atingir o mercado tão competitivo que é o do pop brasileiro.

O álbum se inicia com o interlúdio “PRISCILLA“, onde a cantora, ainda quando criança, fala que quer ser lembrada no futuro como “a Priscilla que canta pras pessoas gostarem dela”. A faixa não é, mas serve como um interlúdio para iniciar o álbum com o pé direito e inclusive faz ligação direta com “QUER DANÇAR“, a disparada melhor música deste álbum.

CRÍTICA: Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano 11

PRISCILLA simplesmente chocou a internet ao anunciar que lançaria uma regravação da faixa icônica e memorável “Quer Dançar” do Bonde do Tigrão, mas ninguém esperava que a faixa seria literalmente UMA PARCERIA COM A PRÓPRIA BANDA!

A parceria é inovadora, gostosa, ousada, e foi um tiro no alvo por parte da cantora, que não tinha como escolher uma canção melhor que essa pra abrir a divugação do seu álbum.

Em “10/10“, PRISCILLA chama ninguém menos que Pabllo Vittar para cantar na que talvez seja a próxima número um nas baladas do país. A faixa é cativante, é gostosa, nada muito diferente do que Pabllo nos entregou no “NOITADA“. Um grande acerto por parte das duas.

As próximas faixas “DOCE VENENO (AUTOHEIWA)” e “FORA DA LEI” são outros acertos do álbum, mas não captaram muito nossa atenção para ganharem um comentário isolado sobre.

Desde o primeiro single do álbum, PRISCILLA já tinha deixado claro que ROSALÍA seria uma influência direta pro álbum com o “MOTOMAMI” e isso é um fato. Em “HIGH“, faixa marjoritariamente em inglês e com influências de funk, ela deixa isso bem claro ao citar:

“SOY MOTOMAMI LIKE ROSALÍA”.

Mais um dos grandes acertos da cantora no álbum. A faixa inclusive faz transição direta com “BOSSA“, em parceria com o (DO NADA???) lendário Péricles.

Na gostosinha “BOSSA“, PRISCILLA e Péricles nos entregam um pop misturado com bossa nova digno de seu stream. Quem acreditaria que esses dois lançariam uma faixa e que isso ficaria musicalmente tão BOM.

Outra super influência pro álbum, aparentemente, foi Luísa Sonza e o “Escândalo Íntimo“. Muitas coisas aqui trazem a lembrança do último álbum de Luísa, e não, isso não é uma crítica. Nas faixas “BOSSA” e nos interlúdios do álbum “BONITA“, “PINK SAVANNAH” e “AXORT“, lembramos muito sobre os interlúdios utilizados por Luísa em seu último álbum de estúdio. Vale salientar que não sabemos se essa influência realmente existiu, mas ouvindo o álbum, sentimos isso.

Como nem tudo são flores, precisamos falar dos pontos fracos deste álbum.

Algumas faixas do álbum nos promete entregar muito, mas quebram todo o clima a partir do refrão. Estamos falando das canções “FÃ INCUBADO” e “ELEMENTO X“, que, inclusive, se tornaram singles do álbum. Dois tiros no escuro da cantora, em nossa opinião.

FÃ INCUBADO” é uma canção medíocre se comparada ao álbum como um conjunto. A cantora ainda tenta engatar no início da canção, mas mata ela no refrão ao soltar o que poderia ser uma citação no Facebook em 2013:

Ainda tá falando de mim? Ser hater é passado, tu é fã incubado. Assume que tú gosta de mim, eu sei que dói me ver livre assim.

Outra canção que infelizmente não é digna da grandiosidade do álbum é “ELEMENTO X“, embora a produção da música e o clipe sejam muito atrativos. Eu sei, a canção é sobre empoderamento feminino, mas é simplesmente um não pra nossa equipe pela sua letra. PRISCILLA segue aqui com o seu “Top 10 Melhores Frases De Efeito Para Arrasar no Facebook”:

Bendito dia em que me vi mulher. Eu faço o que eu quiser. Eu sou mulher feita, toda poderosa, eu não fui feita pra ser perfeita, então aceita. Não sou pra você a garotinha perfeita. Se for falar mal, fala aí de baixo. Eu tô no meu jato, voando alto.

Para finalizar o álbum, PRISCILLA aposta nas canções “FALSO-BOM-RAPAZ“, “SINAL VERDE” e “UNICÓRNIOS“.

FALSO-BOM-RAPAZ” é uma canção ok, que sinaliza que o álbum já está chegando ao fim. O clímax dessa canção está inclusive no final dela, o que deixa o seu conjunto em um todo bem mediano. Não é uma canção ruim, mas não cativa como o restante do álbum.

Já “SINAL VERDE” ao todo é uma canção bem gostosinha e que nos lembra um pouco das eras passadas da cantora, o que não é ruim e nos mostra que a PRISCILLA do “Você Aprendeu A Amar?” ainda está em partes nesse álbum e que essa música aqui é uma prova disso.

Para finalizar o álbum, a canção que quase nos deixou malucos: “UNICÓRNIOS“. Pelo nome, não estávamos esperando nada da canção, nem mesmo que PRISCILLA estava prestes a lançar uma de suas músicas mais poderosas, cruas e incríveis de sua carreira. Novamente, outro ENORME acerto da cantora para finalizar esse álbum incrível, que mostra a sua evolução musical como cantora, artista e performer.

O álbum “PRISCILLA” é um grito de socorro para ser reconhecida na indústria pop e ser esquecida de vez como a Priscilla Alcântara que lança músicas evangélicas e que tem opiniões controversas. Esse álbum é crú, é tentador, não inova em muitos aspectos, mas deixa sua marca onde passa. PRISCILLA misturou pop, bossa nova e funk enquanto cantava em português, inglês e espanhou e mesmo assim conseguiu fazer um álbum COESO e, novamente, um dos melhores álbuns pop do ano, que não faz ela ficar atrás de outros incríveis lançamentos como o “Escandalo Íntimo” de Luísa Sonza, o “Vício Inerente” de Marina Sena ou o “Tara e Tal” da Duda Beat.

PRISCILLA

PRISCILLA
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Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano
Longe da igreja, PRISCILLA solta suas amarras e entrega um dos melhores álbuns pop do ano
76/100
Nota final
  • SONORIDADE
    85/100 Incrível
    Uma mistura de ritmos que deu muito certo!
  • CONCEITO
    70/100 Bom
    Um álbum com referências diretas ao "MOTOMAMI" da Rosalía.
  • VISUAIS
    70/100 Bom
    A cantora nos entregou bons clipes, mas a capa ainda parece muito genérica.
  • COMPOSIÇÕES
    70/100 Bom
    Entre grandes acertos e grandes erros.
  • EXPERIÊNCIA
    85/100 Incrível
    Um álbum que dá vontade de ouvir em sequência, com interlúdios e transições coesas.

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