Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão preocupados com um vídeo antigo em que ele aparece discursando em loja da maçonaria. O material entrou na lista de assuntos mais comentados do Twitter na manhã desta terça-feira (4), e o receio é que ele possa ter impacto sobre o eleitorado evangélico, cativo do presidente.
Aliados de Bolsonaro passaram o dia tentando rebater o material. Em contra-ataque, começaram a divulgar material associando ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao satanismo. Ministro das Comunicações, Fábio Faria publicou no Twitter vídeo de um suposto satanista declarando apoio ao candidato do PT e fazendo críticas a Bolsonaro.
Segundo fontes com quem o Valor conversou, o temor na campanha do presidente é que o vídeo da maçonaria se torne a “mamadeira de piroca” de Bolsonaro.
Trata-se de uma referência a um vídeo usado contra Fernando Haddad, presidenciável do PT em 2018, em que mostrava um objeto com o bico em formato de pênis, enquanto um narrador dizia que o petista pretendia distribuí-lo em creches para combater a homofobia. O vídeo, uma fake news clássica, ajudou a aumentar a rejeição ao Haddad no eleitorado conservador.
No vídeo que viralizou agora, de data incerta, Bolsonaro faz ataques ao Congresso e alerta para um “perigo ideológico” no Brasil, afirmando que é preciso “fugir da política tradicional”.
Hamilton Mourão
A maçonaria tem forte rechaço entre católicos e evangélicos. Também chegaram às redes imagens do vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), eleito senador pelo Rio Grande do Sul, em lojas maçônicas.
Aliado do ex-presidente Lula, o deputado André Janones (Avante-MG) chegou a fazer uma live para reverberar o vídeo.