Um mês após atentados, investigações avançam e se aproximam de Bolsonaro 9

Um mês após atentados, investigações avançam e se aproximam de Bolsonaro

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/02/08/um-mes-atentados-8-janeiro-seguranca-planalto-desmilitarizacao-stf.htm

Um mês após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, ainda faltam respostas sobre a omissão de agentes de segurança e uma possível participação organizada de lideranças políticas.

Um dos focos das investigações da PF e do Judiciário tem sido uma possível influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atentados, algo visto com certa expectativa pelo Palácio do Planalto.

Nos bastidores do Judiciário e na classe política a avaliação é que as investigações tendem a fechar o cerco contra o ex-presidente . O advogado Frederick Wassef já afirmou que Bolsonaro “sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos” e negou participação no que chamou de “movimentos sociais espontâneos”.

Nos últimos 30 dias, a PF já prendeu ao menos 20 suspeitos e cumpriu 37 mandados de busca e apreensão em operação contra envolvidos na organização, participação e financiamento dos atentados golpistas. Isso sem contar mais de mil pessoas presas em frente aos quartéis após os atos—, enquanto o STF, sem estrutura para processar tantos nomes, avalia como prosseguir com os acusados.

O ministro Alexandre de Moraes incluiu Bolsonaro no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas depois que um vídeo questionando o resultado da eleição foi postado —e apagado— das redes do ex-presidente.

O que mais pesa contra Bolsonaro, até agora:

5 fases da Operação Lesa Pátria

A cada semana, a PF investe em novas fases da operação contra bolsonaristas envolvidos nos atos de destruição.

Doze dias após as invasões, os agentes deram início à Operação Lesa Pátria que, hoje, está em sua 5ª fase e não tem prazo para terminar. Um dos objetivos é reunir provas para prosseguir com novas ações e novos alvos. O material apreendido ajuda na identificação de participantes nos crimes.

Policiais e influenciadores conhecidos da bolha bolsonarista nas redes sociais estão entre os presos —um deles é Ramiro dos Caminhoneiros, 49, apontado como um dos principais nomes na organização de caravanas para Brasília.

Em menos de um mês, a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresentou 653 denúncias relacionadas aos atos golpistas. A maioria dos denunciados são pessoas que participaram de atos de vandalismo para tentar um golpe de Estado ou estavam acampados em frente ao QG do Exército.

Na Polícia Federal, a investigação alcança outras pessoas. Ela foi dividida quatro núcleos:

  • Autores intelectuais;
  • Financiadores;
  • Omissão de agentes públicos;
  • Vândalos e executores finais dos crimes.

O Supremo ainda não sabe o que fará com as ações contra acusados de participar de atos golpistas e das invasões às sedes dos Três Poderes.

O temor é que o grande volume de casos trave o STF —o julgamento do Mensalão, por exemplo, levou quatro meses para ser concluído. Depois, um ano e meio para que todos os recursos fossem avaliados, e o processo, encerrado.

Entre as opções para desafogar o Supremo estaria formar uma força-tarefa com servidores de outros tribunais, para auxiliarem os gabinetes nos julgamentos, ou enviar os casos para a primeira instância —opção defendida por advogados dos presos. Neste cenário, porém, a medida abre riscos de decisões divergentes entre juízes para as mesmas acusações.

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