Segundo estudo, Mamutes e outros animais estavam vivos durante a construção das Pirâmides do Egito 9

Segundo estudo, Mamutes e outros animais estavam vivos durante a construção das Pirâmides do Egito

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Mamutes e outros grandes animais da Era do Gelo, como o rinoceronte-lanudo, sobreviveram por mais tempo do que os cientistas pensavam, coexistindo por dezenas de milhares de anos com os humanos antes de desaparecerem para sempre. Essa conclusão foi possível após os resultados de um ambicioso projeto de pequisa, que durante dez anos analisou o DNA de centenas de amostras encontradas no solo de todo o Ártico.

Os cientistas envolvidos no projeto coletaram 535 amostras de permafrost e sedimentos de lagos congelados, em 73 locais extremamente frios, onde os materiais genéticos dos mamutes foram encontrados na Sibéria, Alasca, Canadá e em países da Escandinávia.

As análises de DNA mostraram que os mamutes viveram na Sibéria continental há 3,9 mil anos –após a grande Pirâmide de Gizé, no Egito, ser construída e os megálitos de Sotenehenge serem erguidos. A maioria dos mamutes já havia morrido há cerca de 10 mil anos, exceto uma população muito pequena que sobreviveu em ilhas remotas ao longo da Sibéria.

Já os rinocerontes-lanosos, segundo os pesquisadores, ainda viveram na região do Ártico há 9,8 mil anos. Estudos anteriores mostraram que eles haviam sido extintos há cerca de 14 mil anos. Entretanto, a espécie entrou realmente em extinção após as últimas áreas da Mammoth Steppe, um ecossistema único no Ártico, que hoje não existe mais, dar lugar as turfeiras, a medida que o clima ficou mais úmido e quente.

“Os autores apresentam várias datas para mamutes, rinocerontes-lanosos, cavalos e bisões de estepe, que também são substancialmente mais jovens do que o registro fóssil indica, o que constitui um caso mais forte para a sobrevivência tardia no Ártico do que foi realizado anteriormente”, disse Tori Herridge, bióloga evolucionária e especialista em mamutes do Museu de História Natural de Londres.

“Estou muito animada para ver como esse trabalho será desenvolvido, e quais os novos dados que podem surgir para apoiar ou refutá-lo. Tenho certeza que ele será submetido a um minucioso exame”, continuou Herridge, que não estava envolvida na pesquisa.

A maior parte do DNA é retirada dos ossos ou dentes (o DNA mais antigo já sequenciado era do dente de um mamute e tinha mais de 1 milhão de anos). A utilização de novas técnicas permite que o material genético preservado no solo possa ser analisado, sequenciado e datado.

Todos os animais, incluindo os humanos, constantemente perdem material genético quando urinam, defecam, sangram, perdem cabelo e células mortas da pele. Esse material genético penetra no solo, onde pode permanecer por dezenas, centenas ou milhares de anos, quando estão em condições adequadas, como no solo congelado.

“Um animal espalha milhões de segmentos de DNA continuamente ao longo de sua vida em seus dejetos, urina, células epidérmicas e cabelo, enquanto vagava por toda a faixa geográfica, mas deixou apenas um esqueleto após sua morte, o que dá uma probabilidade menor para ser preservado, recuperado e datado”, disse um dos autores do estudo, Yucheng Wang, pesquisador associado do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.

“Ao sequenciar apenas algumas dessas moléculas de DNA preservadas no meio ambiente, podemos identificar sua existência e alcance. Portanto, não é surpreendente que o DNA sedimentar pudesse produzir uma estimativa de extinção posterior e mais precisa”, continuou.

Conhecida como DNA ambiental ou eDNA, a técnica foi usada por arqueólogos para lançar uma luz sobre os humanos mais antigos. O mesmo método foi usado durante a pandemia para testar o esgoto de cidades na detecção e rastreamento da Covid-19.

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