Desde o ano passado, um fenômeno interessante tem tomado conta da indústria da música, com músicos de renome e compositores icônicos vendendo seus catálogos por valores que chegam a centenas de milhões de dólares. Os nomes envolvidos vão desde Bob Dylan e Neil Young até Shakira e Paul Simon, deixando o mundo perplexo com as somas astronômicas envolvidas. O Brasil também está entrando no jogo, com artistas como Paulo Ricardo e Toquinho considerando a venda de suas criações musicais. O que está por trás desse boom dos catálogos musicais? Vamos explorar em cinco passos.
1. Venda de Direitos Musicais: No Brasil e nos Estados Unidos, músicos têm a opção de vender uma parte ou até mesmo todo o direito patrimonial de suas músicas. Isso significa que o comprador adquire o direito de lucrar com a obra no futuro, incluindo streaming, downloads, uso em filmes e anúncios, entre outros.
2. História Antiga: A venda de direitos autorais de músicas não é uma novidade. Os Beatles, por exemplo, venderam seus direitos ainda na década de 1960, com a propriedade passando por diversas mãos, incluindo a de Michael Jackson. Apenas em 2017, Paul McCartney conseguiu recuperar seu próprio catálogo da Sony.
3. Renda a Longo Prazo: Investidores que compram direitos de músicas ou catálogos inteiros têm a expectativa de que essas canções continuem gerando renda por muitos anos, mesmo décadas após o lançamento original. Com o crescimento do streaming, essa expectativa de renda se intensificou, abrangendo tanto os hits atuais quanto músicas antigas.
4. Impacto da Pandemia: O mercado de shows ao vivo, que era uma fonte significativa de renda para músicos consagrados, foi interrompido pela pandemia. Esse cenário deu espaço para investidores interessados em adquirir catálogos e músicos em busca de fontes alternativas de renda.
5. Figuras de Destaque: O investidor Merck Mercuriadis, ex-empresário de Elton John, Beyoncé e Iron Maiden, tornou-se uma figura de destaque nesse mercado. Sua empresa, a Hipgnosis, já gastou bilhões de dólares adquirindo catálogos que incluem músicas de Neil Young, Blondie, Shakira e RZA.
Além das negociações com os próprios artistas, o comércio de catálogos musicais também está aquecido entre as editoras, empresas que administram os direitos autorais das músicas em troca de uma fatia dos lucros. Recentemente, a venda de um catálogo com 145 mil músicas, incluindo faixas de Beyoncé e Lady Gaga, entre duas empresas dos EUA, chamou a atenção do público.
Em um mundo onde o streaming e a propriedade intelectual desempenham papéis cada vez mais importantes na indústria da música, a venda de catálogos musicais parece ser uma tendência que veio para ficar. Artistas encontram uma maneira de garantir sua segurança financeira enquanto investidores veem oportunidades de lucro em músicas que resistem ao teste do tempo. Com certeza, continuaremos a ver novas histórias fascinantes e negócios milionários nesse mercado em evolução.