O que se sabe sobre ataque que deixou 5 mortos em clube gay nos EUA 9

O que se sabe sobre ataque que deixou 5 mortos em clube gay nos EUA

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Pelo menos cinco pessoas morreram e 18 ficaram feridas depois que um atirador abriu fogo dentro de uma boate gay no Estado norte-americano do Colorado na noite de sábado (19/11).

A polícia informou que o suspeito pelo ataque, Anderson Lee Aldrich, de 22 anos, estava sob custódia e sendo tratado por ferimentos.

Ainda segundo a polícia, o agressor foi dominado por duas pessoas “heróicas” no clube.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os americanos “não podem e não devem tolerar o ódio”.

A equipe do Club Q, local do ataque em Colorado Springs, postou mensagem no Facebook afirmando estar “devastados pelo ataque sem sentido à nossa comunidade”.

A polícia pede às pessoas que tenham paciência, enquanto trabalha para identificar as vítimas e finalizar o número de pessoas atacadas, acrescentando que algumas delas foram ao hospital.

O ataque

Os policiais receberam uma primeira chamada de emergência sobre um atirador em ação às 23h57 (19h57 pelo horário de Brasília) de sábado, disseram eles.

O suspeito foi encontrado dentro do clube. Duas armas de fogo foram encontradas no local, e acredita-se que o agressor tenha usado um rifle longo.

A polícia ainda não tem um motivo para o tiroteio, mas disse que vai investigar se foi um crime de ódio e se mais de uma pessoa estava envolvida.

Um porta-voz do Corpo de Bombeiros disse que as vítimas foram transportadas para hospitais muito rapidamente, devido ao treinamento para tais eventos.

O FBI, serviço interno de inteligência norte-americano, nas proximidades de Denver disse que está ajudando a polícia local com relação ao incidente.

O chefe de polícia Adrian Vasquez agradeceu aos dois frequentadores do clube que intervieram para deter o atirador.

‘Heróis’

“Evidências iniciais e entrevistas indicam que o suspeito entrou no Club Q e imediatamente começou a atirar nas pessoas dentro do clube”, disse Vasquez em entrevista coletiva no domingo.

“Enquanto o suspeito estava dentro do clube, pelo menos duas pessoas heroicas confrontaram e lutaram com o suspeito e conseguiram impedir que ele continuasse a matar e ferir outras pessoas. Devemos a eles uma grande dívida de agradecimento.”

Uma declaração na página do Club Q no Facebook agradeceu “as reações rápidas de clientes heróicos que subjugaram o atirador e encerraram esse ataque de ódio”.

O clube estava organizando uma festa e planejava realizar um evento de performance no domingo à noite para celebrar o Dia da Lembrança dos Transgêneros.

Corpos no chão

Joshua Thurman, 34, estava no clube no momento do tiroteio.

A princípio, ele pensou que os tiros faziam parte da música, disse ele ao Colorado Sun, mas depois correu para se abrigar no vestiário do clube.

“Quando saí, havia corpos no chão, vidros quebrados, copos quebrados, pessoas chorando”, disse ele.

“Não havia nada impedindo aquele homem de vir nos matar. Por que isso tinha que acontecer? Por quê? Por que as pessoas tinham que perder suas vidas?”

Thurman, que mora perto do clube, disse que o espaço era uma parte importante da comunidade gay local. Ele acredita que conhece uma pessoa que foi morta.

O prefeito de Colorado Springs, John Suthers, classificou o evento como uma tragédia.

“Somos uma comunidade forte que mostrou resiliência diante do ódio e da violência no passado, e faremos isso novamente”, disse ele.

Em 2015, três pessoas morreram e nove ficaram feridas em um tiroteio em uma clínica de planejamento familiar em Colorado Springs.

O estado do Colorado já registrou outros tiroteios em massa, inclusive em um supermercado em Boulder em 2021, nos quais dez pessoas foram mortas.

O governador do Colorado Jared Polis, que é gay, elogiou os “indivíduos corajosos que barraram o atirador, provavelmente salvando vidas no processo”.

“O Colorado está com nossa comunidade LGTBQ e todos os afetados por essa tragédia enquanto choramos”, escreveu ele no Facebook.

A página do Club Q no Facebook foi inundada com comentários e condolências de todo o mundo.

Uma pessoa escreveu que o clube foi “como um lar” para ela por muitos anos, e ela ficou “absolutamente arrasada” com a notícia.

“Conheci tantas pessoas ótimas, literalmente conheci meu marido lá, então tem um lugar muito especial no meu coração. Todos sempre foram muito receptivos e gentis ao longo dos anos”, escreveu.

“Estou arrasado com esta notícia”, acrescentou outro comentarista.

“O Club Q tem sido o coração da nossa comunidade por tanto tempo e estou devastado e com raiva por isso ter acontecido.”

Em 2016, 49 pessoas foram mortas e mais de 50 ficaram feridas em um tiroteio no clube gay Pulse em Orlando, Flórida. À época, foi o tiroteio em massa mais mortal da história dos EUA.

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