Lula e Bolsonaro têm maior concentração de votos desde a redemocratização 9

Lula e Bolsonaro têm maior concentração de votos desde a redemocratização

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2022/10/04/lula-e-bolsonaro-tem-maior-concentracao-de-votos-desde-a-redemocratizacao.ghtml

Os votos obtidos por Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva no domingo (2) fizeram desta eleição a mais disputada em um primeiro turno desde a redemocratização do Brasil.

Nunca fomos tantos nesse ato fundamental de exercício da cidadania.

“Nós não podemos viver em um país civilizado, democrático, sem voto”, diz a aposentada Marli Barroso.

Em números absolutos, foi o maior comparecimento de brasileiros em uma eleição. E a contagem dos votos não mostra só quem são os vencedores; revela também o comportamento do eleitor na urna4,41% decidiram não escolher nenhum candidato – votaram em branco ou anularam o voto -, o menor percentual desde 1989.

Entre os eleitores que fizeram uma escolha, o resultado das urnas mostra que houve uma concentração de votos nos dois primeiros colocados, com os outros concorrentes muito atrás na disputa. Desde que o país passou pela redemocratização, esse cenário, de tantos votos nos dois candidatos à Presidência que vão para o segundo turno, nunca aconteceu.

Em 1989, houve uma distribuição maior dos votos entre os candidatos. O primeiro e o segundo colocados, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor, somaram apenas 47% do total de votos válidos.

Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra totalizaram 69% dos votos no primeiro turno.

Os dois primeiros colocados na eleição presidencial de 2006, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, alcançaram 90% dos votos válidos.

Agora esse número foi superado. A soma dos votos em Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro representou 91,63% do total. E a diferença na votação entre os dois mostra a disputa mais acirrada desde a redemocratização do país.

“Foi mais fácil se posicionar agora, decidir agora, quando você tem duas opções que despertam forte paixão – seja paixão positiva, seja paixão negativa -, e que o eleitor já conhece – porque já experimentou os dois mandatos, vivenciou os dois mandatos -, então fica mais fácil tomar a decisão”, explica a cientista política da Unirio, Luciana Veiga.

32 milhões de brasileiros preferiram não votar. A abstenção passou de 20%.

No dia 30 deste mês, no segundo turno, os eleitores devem voltar às urnas. O presidente do Brasil será escolhido pela vontade da maioria. É a soberania popular exercida pelo voto.

“Eu voto porque sou cidadã, meu filho! Por que não? A gente tem que dar um voto de confiança. É ou não é?”, diz a aposentada Maria do Socorro.

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