No último domingo (14), a Record decidiu vetar a exibição de um quadro de blackface produzido pela equipe do programa Hora do Faro, estrelado pela cantora Simone Mendes.
A decisão foi tomada após a chamada do quadro gerar repercussão negativa. Com pressa para preencher o tempo vago, a emissora optou por reprisar uma matéria sobre o Dia das Mães, que havia sido exibida em 2019.
Segundo informações apuradas pelo NaTelinha, a ideia de caracterização de Simone Mendes foi proposta pela produção de Rodrigo Faro.
No entanto, a repercussão negativa assustou a cantora e sua equipe, levando-os a solicitar que a Record não exibisse a filmagem. Em um acordo mútuo, todo o material foi descartado, e Faro e Simone irão remarcar uma nova gravação.
Assista a chamada do programa:
A equipe de Rodrigo Faro só percebeu o blackface após a repercussão da chamada, que foi ao ar na noite da última quinta-feira (11). Logo após a exibição, as redes sociais do apresentador e de Simone Mendes foram inundadas com críticas.
O quadro Funcionário Famoso, do programa Hora do Faro, tem como proposta levar uma celebridade para se caracterizar, assumir uma nova profissão e surpreender fãs.
O objetivo é que o artista trabalhe com o admirador sem ser reconhecido, e a pessoa escolhida pela produção da Record recebe uma quantia em dinheiro proporcional ao tempo em que o famoso não é identificado.
No caso de Simone Mendes, ela se caracterizou como organizadora de um evento de enfermagem para surpreender três fãs: a recepcionista do próprio evento, uma enfermeira participante e outra convidada que sempre sonhou em conhecer a cantora.
A decisão da Record de não exibir o blackface resultou em uma queda na audiência do programa Hora do Faro, que registrou sua pior média desde que estreou na emissora.
Segundo a Kantar Ibope Media, o programa de auditório apresentado por Rodrigo Faro marcou apenas 2,9 pontos na Grande São Paulo.
Até o momento, a assessoria da Record, Rodrigo Faro e Simone Mendes não se manifestaram sobre o incidente.
O blackface, prática que remonta ao século 19, era utilizada por atores brancos que pintavam os rostos de preto em apresentações de humor. Essa caracterização exagerada tinha o objetivo de retratar comportamentos estereotipados associados aos negros pela visão dos brancos.
