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Empregados da Pixar afirmam que Disney censura personagens LGBTQIA+

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Se nas produções da Disney o clima é sempre de magia e alegria, o mesmo não acontece nos bastidores da empresa. Em comunicado enviado aos funcionários LGBTQIA+ da Pixar e seus aliados, empregados afirmam que executivos corporativos do estúdio promovem a censura de “quase todos os momentos de afeto abertamente gay” dos personagens em seus filmes. O documento foi obtido por um jornalista do site de notícias popular.info e divulgado online.

Na última segunda-feira (07), Bob Chapek, CEO da Walt Disney Company, emitiu um memorando para todos os funcionários em resposta à legislação aprovada recentemente no estado da Flórida, conhecida como projeto de lei “Don’t Say Gay”. No texto, ele afirma que o maior impacto que a empresa pode causar é “na criação de um mundo mais inclusivo é através do conteúdo inspirador que produzimos“. Contudo, isso não parece ser aplicado na prática.

Nós da Pixar testemunhamos pessoalmente belas histórias, cheias de diversos personagens, voltando das críticas corporativas da Disney reduzidas a migalhas do que eram antes. Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para corrigir a legislação discriminatória no mundo, estamos sendo impedidos de criá-lo”, afirma o comunicado da Pixar.

Além de pouquíssimos, os personagens assumidamente LGBTQIA+ da Pixar tiveram quase nenhum destaque nas tramas dos filmes. O primeiro abertamente gay foi uma policial feminina ciclope, vista em “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” (2020). Em determinado momento, ela diz: “Não é fácil ser uma mãe nova – a filha da minha namorada me fez arrancar o cabelo, ok?“. Porém, devido à cena, o filme foi proibido no Kuwait, Omã, Catar e Arábia Saudita. Na Rússia, a palavra “namorada” foi trocada por “parceira” na dublagem.

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Promessa de doação

Depois de ter seu memorando criticado pelo tom vago e superficial, Chapek falou publicamente ontem (09) sobre a oposição da Disney ao projeto de lei discriminatório. Ele anunciou que a Disney doaria US$ 5 milhões para a Campanha de Direitos Humanos e outras organizações de direitos LGBTQIA+, e que se reuniria com o governador do estado da Flória, Ron DeSantis.

O governador DeSantis se comprometeu comigo que ele queria ter certeza de que essa lei não poderia ser armada de forma alguma por indivíduos ou grupos no estado para prejudicar indevidamente ou atingir crianças e famílias gays, lésbicas, não-binárias ou transgêneros”, disse Chapek.

 

O posicionamento tardio, porém, não agradou muita gente. A organização Human Rights Campaign, em defesa da comunidade LGBTQIA+, anunciou que recusaria a doação até que atitudes realmente significativas fossem tomadas para combater a legislação.

As empresas tiveram e continuam a ter um grande impacto na luta pelos direitos LGBTQ +, desde a igualdade no casamento até a derrota do House Bill 2 na Carolina do Norte e além. Embora a Disney tenha adotado uma postura lamentável ao optar por ficar em silêncio em meio a ataques políticos contra famílias LGBTQ+ na Flórida – incluindo famílias trabalhadoras empregadas pela Disney – hoje eles deram um passo na direção certa. Mas foi apenas o primeiro passo“, declarou a HRC.

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