O presidente Jair Bolsonaro (PL) Ă© o chefe do Executivo federal com mais vetos presidenciais rejeitados pelo Congresso Nacional desde o ano 2000. Bolsonaro, que assumiu em 1Âș de janeiro de 2019, jĂĄ teve, em 2 anos e 11 meses, 64 decisĂ”es revertidas, total ou parcialmente, por parlamentares. O nĂșmero Ă© maior que a soma dos reveses sofridos pelos ex-presidentes Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), que, juntos, totalizam 32, em 16 anos.
O Congresso realizaria na Ășltima terça-feira (7/12) uma sessĂŁo para analisar vetos presidenciais, mas, por falta de acordo, o encontro acabou adiado. HĂĄ 26 vetos pendentes â entre eles, o do Programa de Proteção e Promoção da SaĂșde Menstrual, que distribuiria absorventes a mulheres em situação de vulnerabilidade; a Lei de Segurança Nacional, que vem sendo usada para atacar adversĂĄrios do governo; e o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhĂ”es.
Um levantamento do Senado Federal, ao qual o MetrĂłpoles teve acesso, aponta que, em trĂȘs anos, Bolsonaro vetou 185 projetos, total ou parcialmente, e 64 dessas decisĂ”es foram revertidas pelos parlamentares â o que corresponde a 34,5%. O estudo contabiliza os vetos desde o ano 2000, perĂodo disponĂvel no site do Congresso Nacional.
Antes, o chefe do Executivo com mais reveses no Congresso havia sido Temer, que governou por dois anos e meio e teve 21 projetos, dos 127, rejeitados â o que representa 16,5%. A ex-presidente Dilma vetou 264 projetos e apenas oito deles foram revertidos (1,5%). E o ex-presidente Lula teve trĂȘs reveses nos 357 projetos vetados durante os mandatos, o que corresponde a 0,5%.